Quênia, eleições: Bispos, “caos eleitoral piorou problemas, serve diálogo”

Data: 18/10/2017

Nairóbi, 18 out (SIR) – “Pedimos o fim desta situação de abandono e de pouco caso da vida e dos problemas da população”: é o que afirmam os Bispos do Quênia em nota divulgada ontem, onde assinalam a grave crise política que atinge o país após a anulação das eleições presidenciais de 08 de agosto passado, que tinham confirmado a vitória do presidente em final de mandato Uhuru Kenyatta.

À espera das novas eleições de 26 de outubro, os Bispos católicos apresentam a situação muito difícil, visto que “o caos eleitoral piorou as condições econômicas e sociais da população”. “O nosso País – escrevem na nota – está cada vez mais dividido no contexto político e étnico; os estudantes vivem com medo de não conseguiram realizar seus exames de final de ano; muitos tem medo de viajar porque podem ficar retidos por causa das demonstrações em rodovias e cidades. Durante as manifestações de várias centenas de pessoas ao longo das rodovias, os cidadãos vivem com o medo de sofrer as consequências das ações da polícia que tem ordens de desobstruir as vias públicas com o uso da força ou de serem roubados. Milhões de quenianos sofrem por causa do prolongar-se da seca em algumas áreas do nosso País. Os nossos enfermeiros e os agentes de saúde ainda estão sem greve e os doentes sofrem em toda a nação, a economia está em queda e o governo praticamente desapareceu”.

Para os Bispos a crise politica “pode ser uma oportunidade para reiniciar um diálogo sincero sobre os problemas não resolvidos do País” Lançam, portanto, um apelo ao presidente Kenyatta, aos principal líder da oposição, Raila Odinga, e a seus partidos políticos, a se decidir pelo diálogo nacional.

Odinga ainda não oficializou o anúncio de sua desistência às eleições de 26 de outubro, como protesto por não ter sido atendido seu pedido de uma reformulação da Comissão eleitoral independente (Iebc). Uma das principais responsáveis da Iebc, Roselyn Akombe, demitiu-se hoje, afirmando que este organismo não é capaz de garantir uma eleição confiável na próxima quinta-feira, 26 de outubro, dia fixado para as eleições presidenciais e gerais.