Notícias da Igreja CatólicaGuiné. Arcebispo de Conacri pede fim da violência e diálogo inclusivoData: 26/08/2020 Conacri, 26 agosto (Vaticanews) - “Acabar com toda a violência e iniciar um diálogo inclusivo.” Este foi o apelo lançado aos líderes políticos da República da Guiné, na costa oeste da África, pelo arcebispo de Conacri, dom Vincent Coulibaly. O prelado pediu “ao governo e aos atores sociopolíticos que cessem imediatamente todas as formas de violência e estabeleçam as condições para um diálogo inclusivo em favor da paz, para permitir que as partes em conflito se escutem e troquem seus pontos de vista a fim de encontrar soluções pacíficas para a crise nacional”. Aumento das tensões com o aproximar-se das eleições As tensões no país estão aumentando ao tempo em que se aproxima a data das eleições presidenciais de 18 de outubro. O presidente em fim de mandato, Alpha Condé, está concorrendo a um terceiro mandato após sua candidatura ter sido possibilitada pelo referendo constitucional de março passado, que aboliu o limite de dois mandatos. Os resultados do referendo foram rejeitados pela oposição, desencadeando confrontos e violência que resultaram em dezenas de vítimas, várias prisões e numerosos atos de vandalismo. Eleições representam contribuição concreta para a paz “As eleições são um passo importante para a criação de um Estado de direito democrático e representam uma contribuição concreta para a paz”, disse dom Coulibaly. Daí, o convite a acabar com todas as tensões que “suscitam preocupação e ansiedade na população”. Em seguida, condenando “as numerosas perdas de vidas, bem como a destruição de vários bens públicos e privados durante as manifestações”, o arcebispo de Conacri exortou as autoridades competentes “a investigar o que aconteceu e identificar os autores e levá-los à justiça, evitando assim novas vítimas”. Solidariedade e proximidade da Igreja com os que sofrem “Imploro ao governo que coloque a Guiné Conacri acima de todos os interesses pessoais e que ponha um fim a todos os discursos ameaçadores, ofensivos, degradantes e provocadores”, exortou. Dom Coulibaly assegurou “a solidariedade e a proximidade espiritual da Igreja com as pessoas que sofrem”, porque “não pode ficar indiferente a nenhuma injustiça ou ataque à paz, à vida e aos direitos fundamentais do homem”. Esgarçamento do tecido social guineano No final de janeiro, os sacerdotes católicos do país, ao término de sua Assembleia ordinária, denunciaram com veemência a crise política nacional, numa declaração na qual se afirma que “nossa democracia é violada pelo regionalismo, nepotismo, etnocentrismo, favoritismo, injustiça e vínculos de clãs”. “O tecido social guineano está esgarçado, consequência de uma política egoísta, regionalista e etnocêntrica.” Por conseguinte, o clero exigiu o pleno respeito à Constituição e ao princípio da alternância através de eleições livres e transparentes garantidas por uma Comissão Nacional Eleitoral totalmente independente. Homepage |